terça-feira, 22 de novembro de 2011

Insuportável e Irremediável




Calor no coração, frio nos braços e o sorriso amarelo:
- Eu te amo… E sinto medo desse sentimento.
Nunca havíamos falado sobre isso e, talvez, nunca falaríamos. A única coisa que eu tinha certeza é que não poderia mais esconder isso que eu sentia. Não poderia mais ficar me enganando com essa relação estranha. Não mesmo. Essa idéia de te querer quieto, de te amar fingindo. E se esse eu te amo não bastar, tenho ainda mil formas de te provar o que sinto.
- Mas… Eu sou uma pessoa horrível por dentro e por fora, você não pode me amar.
Mil coisas vieram à cabeça. Talvez escolha a errada. Talvez um beijo quebre isso. Não.
- Eu não te amo pelo que você é, mas sim pela pessoa que sou quando estou com você, pela pessoa que você me torna.
Xeque-mate. Você poderia não ser a pessoa perfeita, mas era quem eu queria. Era quem me fazia bem. Era quem me fazia. Quando será que isso começou? Eu nunca havia dito a ninguém esse tal de eu te amo, mas quando me vi naquela tarde chuvosa, sentando em um sofá roxo de uma loja qualquer no shopping, tinha certeza que eu queria que o meu primeiro fosse para você. E foi. E que seja só. Ninguém me faria esse bem. Ninguém causaria essas sensações estranhas em mim. Meu pensamento vaga em milhares de coisas enquanto você morde seus lábios. Talvez seja hora do amor. E, por favor, não fiquemos nos martelando com essa idéia de pra sempre. A vida é agora. Meu amor é agora. E é esse hoje que eu quero, esses dias chatos e cheios que só consigo ter você por vinte minutos no celular. Diga que quer viver disso, por favor, sem planos, sem sonhos para nós. Tudo que eu quero é poder ficar com você um tempinho, ouvir os lamentos do seu dia cheio, fazer piadinhas sobre o meu dia estranho. E poder terminar esse diálogo provando o mel que pousou em seus lábios, sentindo o calor do seu corpo no meu, ter você por horas seguidas em meu pensamento. E se, lá na frente, acabarmos em caminhos diferentes, faço questão de andar de costas, de regredir; para que por alguns instantes, algum dia, eu possa cruzar com você novamente e reviver cada detalhe consagrado como coisa simples. Eu quero que entenda que eu não fiz nada para esse sentimento nascer, mas eu faria qualquer coisa para que ele não morresse. Eu sei que o amor não é uma coisa perfeita, sei que é uma coisa que dilata corações, desgraça vidas, mas… todo mundo o adora. Eu adoro o amor em mim. Pelas sensações que me traz, pelos tormentos que me provoca, pelos devaneios e pesadelos que me assombram. É o amor. A grande doença da humanidade. A única que não mata, mas que tem uma dor insuportável e irremediável. Ou talvez a que mais mata, não sei. Não precisa ser eterno para que seja sincero. Não precisa ser perfeito para que seja real. Empurre-o, até que entre em seu coração, mas não perdure essa minha espera. Mas eu a deixo pensar. Deixo, pois enquanto isso se faz, estará pensando em mim. E eu espero. Espero mesmo sabendo que o dia em que ficarmos juntos pode ser único, mas será o melhor da minha vida. E sei que enquanto pensa, algo dentro de você diz que o único corpo frio que te aquece é o meu. E esse é nosso diferencial. Sentimentos e sensações opostas que se atraem, fazendo a magia saltar de nossos corpos. E espero também porque penso que nossos caminhos se atrasaram, mas eu verei você. E quando isso acontecer, não me importarei com futuro, nem com pra sempre, pois você será a eternidade em mim.

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